Adenoma hepático: sintomas, estrutura e tratamento

Adenoma hepático: sintomas, estrutura e tratamento


O adenoma hepático é um tipo incomum de tumor não canceroso que se forma no fígado, geralmente em mulheres mais jovens com histórico de uso de anticoncepcionais orais. Eles são frequentemente encontrados quando as pessoas recebem exames de imagem, como ultrassonografia, ressonância magnética (MRI) ou tomografia computadorizada (TC) por outros motivos de saúde.

Cerca de 50% das vezes, esses tumores não causam sintomas, por isso muitas pessoas nem percebem que têm um até que ele apareça em um exame. Embora os adenomas hepáticos sejam benignos, eles ainda podem causar problemas, como ruptura ou tornarem-se cancerosos.

Produções SDI/Getty Images


sintomas

Os adenomas hepáticos muitas vezes não causam sintomas, por isso passam despercebidos por muito tempo. No entanto, se crescerem o suficiente ou se surgirem complicações, alguns indivíduos podem experimentar:

  • Dor abdominal leve a intensa no quadrante superior direito do abdômen
  • Flatulência

Em casos raros, os adenomas podem romper, causando os seguintes sintomas:

  • Dor abdominal intensa
  • Vômito, muitas vezes com sangue
  • Sangue nas fezes
  • Leveza

Adenoma hepático e controle de natalidade: qual é a ligação?

A pesquisa mostrou uma forte associação entre o desenvolvimento de adenomas hepáticos e o uso de contraceptivos hormonais, especialmente aqueles que contêm grandes quantidades de estrogênio. Além disso, a descontinuação dos contraceptivos orais resulta frequentemente na regressão do tumor.

Formação de tumor

A pesquisa mostrou que o uso prolongado de estrogênio pode aumentar o risco de desenvolver tumores hepáticos, incluindo adenomas hepáticos.

Três vias moleculares estão envolvidas no desenvolvimento do adenoma hepatocelular:

  • Inativação de HNF1α: O HNF1α é como um “interruptor de controle” para as células do fígado. Quando esta chave é desligada (desativada), as células do fígado podem crescer demais e tornar-se anormais, formando tumores.
  • ativação de β-catenina: Nesta via, uma proteína chamada β-catenina torna-se hiperativa. Isto pode ser causado por uma mutação no gene que codifica a β-catenina. Quando a β-catenina está hiperativa, promove o crescimento e a divisão celular, contribuindo para a formação de tumores.
  • Ativação inflamatória: Esta via está associada à inflamação do fígado, que muitas vezes está associada a condições como obesidade e consumo excessivo de álcool. A inflamação pode levar a alterações no comportamento das células do fígado, aumentando o risco de desenvolvimento de tumores.

Mulheres que tomam anticoncepcionais orais apresentam risco semelhante para todos os três tipos de adenomas hepáticos. Embora tenha havido casos raros de adenoma hepático que se transformou num cancro mais grave chamado carcinoma hepatocelular (HCC), os estudos não encontraram fortes evidências que liguem o uso de contraceptivos orais a um risco aumentado de CHC.

Outros fatores de risco

Além das influências hormonais, muitos outros fatores podem estar associados ao desenvolvimento do adenoma hepático, incluindo:

  • Consumir muito álcool
  • Obesidade
  • Síndrome metabólica
  • Uso de esteróides anabolizantes

A consciência destes factores de risco pode ajudar os indivíduos e os prestadores de cuidados de saúde a identificar aqueles que beneficiariam de uma monitorização regular.

Achados de exames e radiologia

Quando há suspeita de adenomas hepáticos, os estudos de imagem são cruciais para o diagnóstico e avaliação. Aqui estão os principais métodos utilizados na avaliação de lesões hepáticas:

  • Ultrassom: Uma primeira técnica de imagem frequentemente usada, a ultrassonografia pode ajudar a visualizar lesões hepáticas, incluindo adenomas hepáticos. Esses nódulos geralmente aparecem como massas homogêneas e bem definidas.
  • Imagem por ressonância magnética (MRI): A ressonância magnética (RM) fornece imagens detalhadas de lesões hepáticas e ajuda a diferenciar os adenomas hepáticos de outros tipos de tumores ou lesões. Os adenomas geralmente apresentam padrões característicos, como sinal hiperintenso nas imagens ponderadas em T1 ou T2.
  • Tomografia computadorizada (TC): A tomografia computadorizada pode fornecer informações adicionais sobre o tamanho e a vascularização do adenoma. A tomografia computadorizada com contraste ajuda a avaliar as características do tumor e avaliar possíveis complicações, como hemorragia.

Se um adenoma hepático for diagnosticado, podem ser necessários exames de imagem adicionais para monitorar seu tamanho e comportamento ao longo do tempo. O acompanhamento regular por imagem pode garantir que quaisquer alterações sejam detectadas precocemente.

tratamento

O manejo dos adenomas hepáticos depende em grande parte do tamanho, dos sintomas e da saúde geral do indivíduo. Para adenomas hepáticos menores que 5 centímetros (cm) e associados ao uso de anticoncepcionais orais, os profissionais de saúde geralmente adotam uma abordagem cautelosa. Eles podem sugerir a interrupção das pílulas anticoncepcionais e a verificação regular de tumores por meio de exames de imagem, como ultrassom ou ressonância magnética. Muitas vezes, isso pode ajudar a diminuir o tumor ao longo do tempo.

Durante a gravidez, a maioria dos pequenos adenomas não muda muito, e as mulheres com esses tumores geralmente não são desencorajadas de engravidar.

Quando os provedores consideram a remoção

A intervenção cirúrgica pode ser justificada sob certas condições, tais como:

  • Tamanho: Nas mulheres, se o adenoma for maior que 5 cm, ele pode ser removido. Nesse tamanho, pode causar problemas mais sérios.
  • Suspeita de malignidade: Se os exames de imagem levantarem preocupações sobre a possibilidade de câncer, a remoção cirúrgica é frequentemente recomendada para garantir diagnóstico e tratamento precisos.

A cirurgia para remoção do adenoma é geralmente recomendada para todos os homens, independentemente do tamanho do tumor. Isso ocorre porque os homens são mais propensos a desenvolver adenomas que podem levar ao câncer. A cirurgia para remoção do tumor é considerada um tratamento seguro e eficaz. No entanto, isso será feito apenas se necessário, pois todas as cirurgias apresentam algum risco.

As principais opções cirúrgicas para tratamento de adenomas hepáticos são:

  • Ressecção laparoscópica: Esta técnica minimamente invasiva envolve a remoção do adenoma através de uma pequena incisão. Geralmente resulta em recuperação mais rápida e menos dor pós-operatória.
  • Cirurgia aberta: Nos casos em que o adenoma é particularmente grande ou complicado, pode ser necessária uma cirurgia aberta para garantir a remoção completa.

A embolização transarterial (TAE) é um procedimento médico para tratar adenomas hepáticos quando ocorre sangramento dentro do tumor. Este processo bloqueia o fluxo sanguíneo para o tumor, o que ajuda a parar o sangramento. A TAE geralmente é realizada dois a três dias após o sangramento e é seguida por cirurgia para remover o tumor, se necessário.

Recuperação cirúrgica

A recuperação da cirurgia para adenoma hepático pode variar dependendo da saúde geral da pessoa, da técnica cirúrgica utilizada e do tamanho do tumor. Aqui estão algumas considerações gerais de recuperação:

  • Internação hospitalar: Os procedimentos laparoscópicos geralmente requerem uma internação hospitalar mais curta (1-2 dias) do que a cirurgia aberta (3-6 dias).
  • Limitações de atividadeOs pacientes podem precisar limitar a atividade física por várias semanas após a cirurgia para permitir que o fígado se cure adequadamente.

Estatísticas sobre recorrência

As perspectivas para pessoas com adenoma hepatocelular (HCA) não são bem compreendidas. A interrupção dos anticoncepcionais orais às vezes pode fazer com que o tumor diminua ou cicatrize. A ressecção cirúrgica pode reduzir significativamente a probabilidade de recorrência.

Em um estudo com 118 pessoas que foram submetidas a cirurgia para remover adenomas hepáticos, 8% tiveram tumores que retornaram ou cresceram. Dos 10 pacientes cujos tumores se tornaram cancerosos, não houve sinais de recorrência do câncer após um período médio de acompanhamento de 78 meses.

resumo

Os adenomas hepáticos são tumores hepáticos benignos afetados principalmente por fatores hormonais, especialmente estrogênio. Embora muitas vezes assintomáticos, podem levar a complicações significativas, tornando importante a conscientização e o monitoramento. A detecção precoce através de técnicas de imagem como ultrassonografia, ressonância magnética e tomografia computadorizada pode facilitar a intervenção oportuna. Dependendo do tamanho do adenoma e dos sintomas apresentados, podem ser necessárias opções de tratamento, incluindo a remoção cirúrgica.

Se você ou um ente querido foi diagnosticado com adenoma hepático, é importante discutir sua situação específica e opções de tratamento com seu médico para garantir o melhor resultado possível.

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Por Sarah Gviden, RN

Jiveden é jornalista freelancer de saúde. Ela tem mais de uma década de experiência no atendimento direto ao paciente, trabalhando como enfermeira especializada em neurotrauma, acidente vascular cerebral e pronto-socorro.



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